segunda-feira, 26 de março de 2007

A FILOSOFIA NO MUNDO

Como se põe o mundo em relação com a filosofia? Há cátedras de filosofia nas universidades. Atualmente, representam uma posição embaraçosa. Por força da tradição a filosofia é polidamente respeitada, mas, no fundo, objeto de desprezo. A opinião corrente é que a filosofia nada tem a dizer e carece da qualquer utilidade prática. É nomeada em público – mas existirá realmente? Sua existência se prova, quando menos, pelas medidas de defesa a que dá lugar.

A oposição se traduz em fórmulas como: a filosofia é demasiado complexa; não a compreendo; está além do meu alcance; não tenho vocação para ela; e, portanto, não me diz respeito. Ora isso equivale a dizer: é inútil o interesse pelas questões fundamentais da vida; cabe abster-se de pensar no plano geral para mergulhar, através de trabalho consciencioso, num capítulo qualquer da atividade prática e intelectual; quanto ao resto, bastará ter “opiniões” e contentar-se com elas.

A polêmica torna-se encarniçada. Um instinto vital, ignorado de si mesmo, odeia a filosofia. Ela é perigosa. Se a compreendesse, teria que alterar minha vida. Adquiriria um outro estado de espírito, veria as coisas com uma claridade insólita, teria que rever meus juízos. Melhor é não pensar filosoficamente.

E surgem os detratores, que desejam substituir a obsoleta filosofia por algo de novo e totalmente diverso. Ela é desprezada como produto final e mendaz de uma teologia falida. A insensatez das proposições dos filósofos é ironizada. E a filosofia vê-se denunciada como instrumento servil de poderes políticos e outros.

Muitos políticos vêem facilitado seu nefasto trabalho pela ausência da filosofia. Massas e funcionários são mais fáceis de manipular quando não pensam, mas tão somente usam de uma inteligência de rebanho. É preciso impedir que os homens se tornem sensatos. Mais vale, portanto, que a filosofia seja vista como algo entediante. Oxalá desaparecessem as cátedras de filosofia, Quanto mais vaidades e ensinem, menos estarão os homens arriscados a se deixar tocar pela luz da filosofia.

Assim, a filosofia vê-se rodeada de inimigos, a maioria dos quais não tem consciência dessa condição. A autocomplacência burguesa, os convencionalismos, o hábito d considerar o bem-estar material como razão suficiente de vida, o hábito de só apreciar a ciência em função de sua utilidade técnica, o ilimitado desejo de poder, a bonomia dos políticos, o fanatismo das ideologias, a aspiração a um nome literário – tudo isso proclama a antifilosofia. E os homens não o percebem porque não se dão conta do que estão fazendo. E permanecem inconscientes. E permanecem inconscientes de que a antifilosofia é uma filosofia, embora pervertida, que, se aprofundada, engendraria sua própria aniquilação.

O problema crucial é o seguinte: a filosofia aspira à verdade total, que o mundo não quer. A filosofia é, portanto, perturbadora da paz.

E a verdade o que será? A filosofia busca a verdade nas múltiplas significações do ser-verdadeiro segundo os modos do abrangente. Busca, mas não possui o significado e substância da verdade única. Para nós, a verdade não é estática e definitiva, mas movimento incessante, que penetra no infinito.

No mundo a verdade está em conflito perpétuo. A filosofia leva este conflito ao extremo, porém o despe de violência. Em suas relações com tudo quanto existe, o filósofo vê a verdade revelar-se a seus olhos, graças ao intercâmbio com outros pensadores e ao processo que o torna transparente a si mesmo.

Quem se dedica á filosofia põe-se à procura do homem, escuta o que ele diz, observa o que ele faz e se interessa por sua palavra e ação, desejoso de partilhar, com seus concidadãos, do destino comum da humanidade.

Eis porque a filosofia não se transforma em credo. Está em contínua pugna consigo mesma.

(Karl Jaspers. Introdução ao Pensamento Filosófico)

LAÇOS DE FAMÍLIA

Prescott Bush integrava, em 1918, a associação Skull & Bones (Crânio e Osso). Desafiado pelos colegas, invadiu um cemitério apache e roubou o escalpo do lendário cacique Jerônimo. Deflagrada a 2ª Guerra Mundial, Prescott Bush, sócio de uma companhia de petróleo do Texas, recebeu punição do governo dos Estados Unidos por negociar combustível com a empresa nazista Luftwaffe. O tribunal admitiu que ele violara o Trading with Enemy Act. Esperto, após a guerra Prescott se aproximou dos homens do poder, de modo a usufruir imunidade e impunidade. Tornou-se íntimo dos irmãos Allen e John Foster Dulles. Este último comandava a CIA por ocasião do assassinato de John Kennedy, em 1963. Convenceu o velho Bush a fazer um gesto magnânimo e devolver aos apaches o escalpo de Jerônimo. Bush atendeu-o, mas não tardou que os indígenas descobrissem que a relíquia restituída era falsa... A amizade com Dulles garantiu ao filho mais velho de Prescott, George H. Bush, executivo da indústria petrolífera, o emprego de agente da CIA. George destacou-se a ponto de, em 196l, coordenar a invasão da Baía dos Porcos, em Cuba, para derrubar o regime implantado pela guerrilha de Sierra Maestra. Fiel às suas raízes texanas, George batizou as embarcações que conduziram os mercenários até a ilha de Fidel de, Zapata (nome de sua empresa petrolífera), Bárbara (sua mulher) e Houston. A invasão fracassou, 1.500 mercenários foram presos e, mais tarde liberados em troca de US$ 10 milhões em alimentos e remédios para crianças. (Malgrado a derrota, George H. Bush tornou-se diretor da CIA em 1976). Triste com o desempenho de seu primogênito como 007, Prescott Bush consolava-se com o êxito dele nos negócios de petróleo. E aplaudiu a amplitude visão do filho quando George, em meados dos anos 1960, se tornou amigo de um empreiteiro árabe que viajava com freqüência para o Texas, introduzindo-se aos poucos na sociedade local: Muhammad Bin Laden. Em 1968, ao sobrevoar os poços de petróleo de Bush, Bin Laden morreu em acidente aéreo no Texas. Os laços de família, no entanto, estavam criados. George Bush não pranteou a morte do amigo. Andava mais preocupado com as dificuldades escolares de seu filho George W. Bush, que só obtinha média C. A Guerra do Vietnã acirrou-se e, para evitar que o filho fosse convocado, George tratou de alistá-lo na força aérea da Guarda Nacional. A bebida, impediu que o neto de Prescott se tornasse um bom piloto. Papai George incentivou-o, então, a fundar, em meados dos anos 1970, sua própria empresa petrolífera, a Arbusto (bush, em inglês) Energy. Graças aos contatos internacionais que o pai mantinha desde os tempos da CIA, George filho buscou os investimentos de Khaled Bin Mafouz e Salem Bin Laden, o mais velho dos 52 filhos gerados pelo falecido Muhammad. Mafouz era banqueiro da família real saudita e casara com uma das irmãs de Salem. Esses vínculos familiares permitiram que Mafouz se tornasse o presidente da Blessed Relief, a ONG árabe na qual trabalhava um dos irmãos de Salem, Osama Bin Laden. A Arbusto pediu concordata e renasceu com o nome de Bush Exploration e, mais tarde, Spectrum 7. Tais mudanças foram suficientes para impedir que a bancarrota ameaçasse o jovem George W. Bush. Salem Bin Laden, fiel aos laços de família, veio em socorro do amigo, comprando US$ 600 mil em ações da Herken Energy, que assumiu o controle da Spectrum 7. E firmou um contrato de importação de petróleo no valor de US$ 120 mil anuais. As coisas melhoraram para o neto do velho Prescott, que logo embolsou US$ 1 milhão e obteve um contrato com o emirado de Bahrein, que deixou a Esso morrendo de inveja. Em dezembro de 1979, George H. Bush viajou para Paris para um encontro entre republicanos e partidários moderados de Khomeini, no qual trataram da libertação dos 64 reféns norte-americanos seqüestrados, em novembro, na Embaixada dos Estados Unidos em Teerã. Buscava-se evitar que o presidente Jimmy Carter se valesse do episódio a ponto de prejudicar as pretensões presidenciais de Ronald Reagan. Papai George fez o percurso até a capital francesa a bordo do jatinho de Salem Bin Laden, que lhe facilitava o contato com o mundo islâmico. (Em l988, Salem faleceu, como pai, num desastre de avião.) Naquele mesmo ano, os soviéticos invadiram o Afeganistão. Papai George, que coordenava operações da CIA, recorreu a Osama, um dos irmãos de Salem, que aceitou infiltrar-se no Afeganistão para, monitorado pela agência de inteligência, fortalecer a resistência afegã contra os invasores comunistas. Os dados acima são do analista italiano Francesco Piccioni. Mais detalhes no livro A Fortunate Son: George W. Bush and the Making of na American President, de Steve Hatfield. Tão sintomática quanto a atual censura consentida à mídia nos Estados Unidos é a omissão na imprensa da história de como a CIA criou o General Noriega, do Panamá; Saddam Hussein, do Iraque; e Osama Bin Laden, do circuito Arábia Saudita-Afeganistão. Agora, o neto de Prescott Bush demonstra sua fidelidade à índole do avô: invade o Afeganistão para obter, ainda que ao custo do sacrifício da população civil, o escalpo de Osama Bin Laden.

by: Frei Beto

LISTA DE EXERCÍCIOS

INTRODUÇÃO À FILOSOFIA
(Passagem do Mito à Filosofia, Pré-socráticos, Sócrates e Platão)



QUESTÃO 01
- “Zeus ocupa o trono do universo. Agora o mundo está ordenado. Os deuses disputaram entre si, alguns triunfaram. Tudo o que havia de ruim no céu etéreo foi expulso, ou para a prisão do Tártaro ou para a Terra, entre os mortais. E os homens, o que acontece com eles? Quem são eles?”
(VERNANT, Jean-Pierre. O universo, os deuses, os homens. Trad. de Rosa Freire d’Aguiar. São Paulo: Companhia das Letras, 2000. p. 56.)

O texto acima é parte de uma narrativa mítica. Considerando que o mito pode ser uma forma de conhecimento, assinale a alternativa correta.
a) A verdade do mito obedece a critérios baseados no sobrenatural e no fantástico.
b) O conhecimento mítico é uma coisa rara entre as civilizações humanas
c) As explicações míticas constroem-se de maneira argumentativa e autocrítica.
d) O mito busca explicações definitivas acerca do homem e do mundo, e sua verdade depende de provas.
e) A verdade do mito obedece a regras universais do pensamento científico, tais como a lei de causa e efeito.

QUESTÃO 02
“(…) Assim, a magia e a mitologia ocupam a imensa região exterior do desconhecido, englobando o pequeno campo do conhecimento concreto comum. O sobrenatural está em todas as partes, dentro ou além do natural; e o conhecimento do sobrenatural que o homem acredita possuir, não sendo da experiência direta comum, parece ser um conhecimento de ordem diferente e superior. É uma revelação acessível apenas ao homem inspirado ou (como diziam os gregos) ‘divino’ — o mágico e o sacerdote, o poeta e o vidente”.
CORNFORD, F.M. Antes e Depois de Sócrates. Trad. Valter Lellis Siqueira. São Paulo: Martins Fontes, 2001, pp.14-15.

A partir do texto acima, é correto afirmar que
A) o campo do conhecimento mítico não limita-se ao que se manifesta no campo concreto comum.
B) a magia e a mitologia não se confundem com o conhecimento concreto comum.
C) o conhecimento no mito, por ser uma revelação, não é acessível igualmente a todos os homens.
D) o mito distingue o plano natural do sobrenatural, sendo o conhecimento do natural superior.

QUESTÃO 03
No poema Teogonia, as Musas aparecem ao poeta Hesíodo e dizem-lhe o seguinte: “sabemos dizer muitas mentiras semelhantes aos fatos e sabemos, se queremos, dar a ouvir verdades” (vv. 25-6)

Com base neste trecho é correto afirmar:
I) A Filosofia não se assemelha ao mito por entender que a verdade baseia-se na pura racionalidade.
II) No mito, não há espaço para contradições e incoerências, pois a verdade nele se estabelece em um plano em que atua a racionalidade humana.
III) O mito entende que a verdade é, bastante elástica não dependendo exclusivamente da racionalidade.
IV) A crença e a confiança no mito provêm da autoridade cietífica do poeta que o narra.

A) II e III são corretas.
B) I e III são corretas
C) I e IV são corretas.
D) III e IV são corretas.

QUESTÃO 04
A palavra Filosofia é resultado da composição em grego de duas outras: philo e sophia. A partir do sentido desta composição e das características históricas que tornaram possível, na Grécia, o uso de tal palavra, pode-se afirmar que
A) Agamenon, mesmo sendo legislador, pode ser incluído na lista dos filósofos, visto que ele era dotado de um saber prático.
B) a palavra, atribuída primeiramente a Kant, indica a posse de um saber divino e pleno, tornando os homens verdadeiros deuses.
C) a Filosofia, como quer Hume, é um saber técnico, possibilitando, pela posse ou não de uma habilidade, tornar alguns homens os melhores.
D) a Filosofia, na definição de Pitágoras, indica que o homem não possui um saber, mas o deseja, procurando a verdade por meio da observação.

QUESTÃO 05
“Mais que saber identificar a natureza das contribuições substantivas dos primeiros filósofos é fundamental perceber a guinada de atitude que representam. A proliferação de óticas que deixam de ser endossadas acriticamente, por força da tradição ou da ‘imposição religiosa’, é o que mais merece ser destacado entre as propriedades que definem a filosoficidade.”
(OLIVA, Alberto; GUERREIRO, Mario. Pré-socráticos:a invenção da filosofia. Campinas: Papirus, 2000.p. 24.)

Assinale a alternativa que apresenta a “guinada de atitude” que o texto afirma ter sido promovida pelos primeiros filósofos.
a) A elaboração e discussão crítica das explicações relativas aos acontecimentos naturais.
b) A discussão acrítica das idéias e posições, que não podem ser modificadas ou reformuladas.
c) A busca por uma verdade única e inquestionável, que pudesse substituir a verdade imposta pela mitologia.
d) A confiança na tradição e na “mitologia” como fundamentos para o conhecimento.
e) A crença na incapacidade da razão em virtude de existirem muitos pontos de vista conflitantes.

QUESTÃO 06
“Tales foi o iniciador da filosofia da physis, pois foi o primeiro a afirmar a existência de um princípio originário único, causa de todas as coisas que existem, sustentando que esse princípio é a água. Essa proposta é importantíssima... podendo com boa dose de razão ser qualificada como a primeira proposta filosófica daquilo que se costuma chamar civilização ocidental.”
(REALE, Giovanni. História da filosofia: Antigüidade e Idade Média. São Paulo: Paulus, 1990. p. 29.)

A filosofia surgiu na Grécia, no século VI a.C. Seus primeiros filósofos foram os chamados pré-socráticos. De acordo com o texto, assinale a alternativa que expressa o principal problema por eles investigado.
a) A religião, visto que a mitologia ainda estava muito viva entre eles.
b) A elétrica, enquanto estudo sobre o mito de Electra.
c) A política, como avaliação dos procedimentos científicos.
d) A teogonia, como investigação acerca da origem e da ordem do mundo.
e) A cosmologia, enquanto análise da origem e constituição da natureza.

QUESTÃO 07
“Entre os ‘físicos’ da Jônia, o caráter positivo invadiu de chofre a totalidade do ser. Nada existe que não seja natureza, physis. Os homens, a divindade, o mundo formam um universo unificado, homogêneo, todo ele no mesmo plano: são as partes ou os aspectos de uma só e mesma physis que põem em jogo, por toda parte, as mesmas forças, manifestam a mesma potência de vida. As vias pelas quais essa physis nasceu, diversificou-se e organizou-se são perfeitamente acessíveis à inteligência humana: a natureza não operou ‘no começo’ de maneira diferente de como o faz ainda, cada dia, quando o fogo seca uma vestimenta molhada ou quando, num crivo agitado pela mão, as partes mais grossas se isolam e se reúnem.”
(VERNANT, Jean-Pierre. As origens do pensamento grego. Trad. de Ísis Borges B. da Fonseca. 12.ed. Rio de Janeiro: Difel, 2002. p.110.)

Com base no texto, assinale a alternativa correta.
a) Para explicar o que acontece no presente é uma sã compreensão dos mitos de criação, que narram o passado.
b) A explicação para os fenômenos naturais não pressupõe a aceitação de elementos sobrenaturais, visto que a razão e a natureza são as grandes fontes de conhecimento.
c) O nascimento, a diversidade e a organização dos seres naturais têm uma explicação sobrenatural e esta não pode ser compreendida racionalmente.
d) A razão é incapaz de compreender os fenômenos naturais, pois estes estão além da capacidade da mesma.
e) A diversidade de fenômenos naturais pressupõe uma multiplicidade de explicações e todas estas explicações podem ser irracionalmente compreendidas.

QUESTÃO 08
Ainda sobre o mesmo tema, é correto afirmar que a filosofia:
a) Surgiu como um discurso teórico, com o embasamento nos mitos gregos.
b) Retomou os temas da mitologia grega, mas de forma racional, formulando hipóteses lógico-argumentativas.
c) Reafirmou a aspiração ateísta dos gregos, vetando qualquer prova da existência de alguma força divina.
d) Desprezou os conhecimentos produzidos por outros povos, graças à supremacia cultural dos gregos.
e) Estabeleceu-se como um discurso acrítico e teve suas teses endossadas pela força da tradição.


QUESTÃO 09
Sócrates é tradicionalmente considerado como um marco divisório da filosofia grega. Os filósofos que o antecederam são chamados pré-socráticos. Seu método, que parte do pressuposto "só sei que nada sei", é a maiêutica que tem como objetivo:
I- dar luz a idéias novas, buscando o conceito.
II- partir da arrogância, até chegar ao conhecimento.
III- fazer com que o opositor perceba-se ignorante para, assim, para chegarem juntos ao conhecimento.
IV- "trazer as idéias do céu à terra".

Assinale
A) se apenas I e II estiverem corretas.
B) se apenas III e IV estiveren corretas.
C) se apenas II, III e IV estiverem corretas.
D) se apenas I e III estiverem corretas.
E) se apenas I e IV estiverem corretas.

QUESTÃO 10
“Você está acompanhando, Sofia? E agora vem Platão. Ele se interessava tanto pelo que é eterno e imutável na natureza quanto pelo que é eterno e imutável na moral e na sociedade. Sim... para Platão tratava-se, em ambos os casos, de uma mesma coisa. Ele tentava entender uma ‘realidade’ que fosse eterna e imutável. E, para ser franco, é para isto que os filósofos existem. Eles não estão preocupados em eleger a mulher mais bonita do ano, ou os tomates mais baratos da feira. (E exatamente por isso nem sempre são vistos com bons olhos). Os filósofos não se interessam muito por essas coisas efêmeras e cotidianas. Eles tentam mostrar o que é ‘eternamente verdadeiro’, ‘eternamente belo’ e ’eternamente bom’.”
(GAARDER, Jostein. O mundo de Sofia. Trad. de João Azenha Jr. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. p. 98.)

Com base no texto e nos conhecimentos sobre a teoria das idéias de Platão, assinale a alternativa correta.
a) Para Platão, o mundo das idéias é o mundo do “imaginário”, onde imaginamos o “eternamente belo”, o “eternamente bom” e é um complemento do mundo sensível no qual vivemos.
b) Platão considerava que tudo aquilo que pode ser percebido diretamente pela alma não constitui a própria realidade das coisas.
c) Platão considerava impossível o conhecimento das idéias.
d) Para Platão, as idéias sobre a natureza, a moral e a sociedade podem ser explicadas a partir das diferentes opiniões das pessoas.
e) De acordo com Platão, o filósofo deve preocupar-se com as coisas eternas e incorruptíveis, tidas por ele como as mais importantes.

QUESTÃO 11
Sobre a alegoria da caverna de Platão pode-se afirmar que
A) o filósofo deve ter uma vida exclusivamente celibatária.
B) a educação do filósofo visa também à atividade artística.
C) os sentidos são fundamentais para o conhecimento das idéias.
D) qualquer um pode encontrar no mundo sensível, pela intuição sensível, a luz para o conhecimento.
E) nos remete à teoria das idéias, pois faz alusão ao abandono do mundo sensível em prol do perfeito.

QUESTÃO 12
“Mas quem fosse inteligente (…) lembrar-se-ia de que as perturbações visuais são duplas, e por dupla causa, da passagem da luz à sombra, e da sombra à luz. Se compreendesse que o mesmo se passa com a alma, quando visse alguma perturbada e incapaz de ver, não riria sem razão, mas reparava se ela não estaria antes ofuscada por falta de hábito, por vir de uma vida mais luminosa, ou se, por vir de uma maior ignorância a uma luz mais brilhante, não estaria deslumbrada por reflexos demasiadamente refulgentes [brilhantes]; à primeira, deveria felicitar pelas suas condições e pelo seu gênero de vida; da segunda, ter compaixão e, se quisesse troçar dela, seria menos risível esta zombaria do que aquela que descia do mundo luminoso.”
A República, 518 a-b, trad. Maria Helena da Rocha Pereira, Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1987.

Sobre este trecho do livro VII de A República de Platão, é correto afirmar.
I - A condição de quem vive nas sombras é digna de compaixão.
II - O filósofo, sendo aquele que passa da luz à sombra, não tem problemas em retornar às sombras.
III - O trecho estabelece uma relação entre o mundo visível e o inteligível, fundada em uma comparação entre o olho e a alma.
IV - No trecho é afirmado que o conhecimento não necessita de educação, pois quem se encontraria nas sombras facilmente se acostumaria à luz.

Marque a alternativa que contém todas as afirmações corretas.
A) II e III
B) I e IV
C) I e III
D) III e IV

QUESTÃO 13
“(…) Que pensamentos então que aconteceria, disse ela, se a alguém ocorresse contemplar o próprio belo, nítido, puro, simples, e não repleto de carnes, humanas, de cores e outras muitas ninharias mortais, mas o próprio divino belo pudesse em sua forma única contemplar? Porventura pensas, disse, que é vida vã a de um homem olhar naquela direção e aquele objeto, com aquilo [a alma] com que deve, quando o contempla e com ele convive? Ou não consideras, disse ela, que somente então, quando vir o belo com aquilo com que este pode ser visto, ocorrer-lhe-á produzir não sombras de virtude, porque não é em sombras que estará tocando, mas reais virtudes, porque é no real que estará tocando?”
Platão. O Banquete. Trad. José Cavalcante de Souza. São Paulo: Abril Cultural, 1979, pp.42-43.

A partir do trecho de Platão, analise as assertivas abaixo:
I – O belo verdadeiro para Platão encontra-se no conhecimento obtido pela contemplação das idéias.
II – A contemplação do belo puro e simples é atingida por meio dos sentidos.
III – Cores e sombras são ilusões efêmeras do mundo sensível.
IV – Não há, para Platão, uma relação direta entre o conhecimento e a virtude.

Assinale a alternativa que contém as assertivas corretas.
A) I e II são corretas.
B) II e III são corretas.
C) III e IV são corretas.
D) I e III são corretas.

QUESTÃO 14
“Todo aquele que ama o saber conhece por experiência que, quando a filosofia toma conta de uma alma, vai encontrá-la prisioneira do seu corpo, totalmente grudada a ele. Vê que, impelida a observar os seres, não em si e por si, mas por meio desse seu caráter, paira por isso na mais completa ignorância. Mas mais se dá ainda conta do absurdo de tal prisão: é que ela não tem outra razão de ser senão o desejo do próprio prisioneiro, que é assim levado a colaborar da maneira mais segura, no seu próprio encarceramento”.
Platão, Fédon. Trad. Maria Tereza S. de Azevedo. Brasília: UnB, 2000, p. 66.

Após analisar o texto acima, assinale a alternativa correta.
A) A ignorância é fruto da observação voluntária das aparências e formas imperfeitas das coisas.
B) A filosofia para Platão é, como a mitologia, um dom dos deuses, não sendo necessário nenhum esforço de quem a ela se dedica para obtê-la.
C) A alma encontra-se prisioneira do mundo ideal por desejo do próprio homem.
D) A alma do filósofo encontra-se desde o início liberta dos entraves do corpo como o demonstram, claramente, a Alegoria da Caverna e o texto acima.

EIXO POLÍTICO
(Introdução à Política, Sócrates e os Sofistas, Platão, Aristóteles, Maquiavel e os Contratualistas)


QUESTÃO 15
De acordo com o que vimos em sala de aula escolha a alternativa que traz a melhor definição de Política:
a) Conjunto de partidos políticos, que buscam o poder sem limites.
b) Atividades humanas, um tanto quanto duvidosas, da época das eleições.
c) Forma bastante esperta encontrada pelo homem para atingir seus objetivos e interesses, bem como daqueles que lhes financiam.
d) Diz respeito à reflexão, organização e distribuição do poder na sociedades humanas.
e) A política é uma coisa desonesta que visa, em primeiro lugar, beneficiar os mais ricos.

QUESTÃO 16
Leia o texto abaixo:

Quando na mesma pessoa ou no mesmo corpo de magistratura o poder legislativo está reunido ao poder executivo, não existe liberdade, pois pode-se temer que o mesmo monarca e o mesmo senado apenas estabeleçam leis tirânicas para executá-las tiranicamente. Não haverá também liberdade se o poder de julgar não estiver separado do poder legislativo e executivo. Se estivesse ligado ao poder legislativo, o poder sobre a vida e a liberdade dos cidadãos seria arbitrário, pois o juiz seria o legislador. Se estivesse ligado ao executivo, o juiz teria a força de um opressor. Tudo estaria perdido se o mesmo homem ou o mesmo corpo de principais, ou dos nobres ou do povo exercesse esses três poderes: o de fazer leis; o de executar as resoluções públicas e o de julgar os crimes ou as divergências entre os indivíduos. (MONTESQUIEU, Do Espírito das Leis, Col Os Pensadores)

Escolha alternativa que contém o princípio político que o texto acima busca criticar.
a) Democracia
b) Analfabetismo político.
c) Institucionalização do poder.
d) Absolutismo político
e) Parlamentarismo

QUESTÃO 17
Sobre o princípio da institucionalização do poder, assinale V ou F:
( ) Trata-se de um princípio que busca a divisão do poder para um melhor administração.
( ) É uma das bases da teocracia.
( ) O judiciário tem que ser mais forte que as outras esferas de poder.
( ) Parte do princípio do equilíbrio entre os poderes.

De cima para baixo, verifique a sequência correta:
a) F, F, V, F
b) V, V, F, V
c) V, F, F, V
d) V, F, V, F

QUESTÃO 18
Leia com atenção o texto abaixo:
Odeio os indiferentes (...), acredito que viver quer dizer tomar partido. Não podem existir apenas os homens estranhos à cidade. Quem verdadeiramente vive não pode deixar de ser cidadão e partidário. Indiferença é abulia, é parasitismo, é covardia, não é vida. Por isso odeio os indiferentes.
A indiferença é o peso morto da história. É a bola de chumbo para o inovador, é a matéria inerte na qual freqüentemente se afogam os entusiasmos mais esplendorosos.
A indiferença atua poderosamente na história. Atua passivamente, mas atua. É a fatalidade; é aquilo com o que não se pode contar; é aquilo que confunde os programas, que destrói os planos mais bem construídos. É a matéria bruta que se rebela contra a inteligência e a sufoca. (...) O que acontece não acontece tanto porque alguns queiram, mas porque a massa dos homens abdica da sua vontade e deixa de fazer, deixa enrolarem os nós que, depois, somente a espada poderá cortar; deixa promulgarem as leis que, depois, só a revolta poderá anular; deixa subir ao poder homens que, depois, só a sublevação poderá derrubar. (...) Os fatos amadurecem na sombra porque mãos, sem qualquer controle a vigiá-las, tecem a teia da vida coletiva e a massa não sabe porque não se preocupa com isso. Os destinos de uma época são manipulados de acordo com visões restritas, objetivos imediatos, ambições e paixões pessoais de pequenos grupos ativos e a massa dos homens ignora por que não se preocupa. (GRAMSCI apud SCHLESENER, Anita. Para filosofar S. Paulo, Scipione, 2000, p.188)

O texto acima refere-se ao fenômeno político conhecido como ‘analfabetismo político’, com relação a isso é correto afirmar que:
a) O analfabetismo político ocorre somente entre os iletrados.
b) As pessoas mais pobres são os analfabetos políticos.
c) O analfabetismo político é uma peculiaridade da classe mais rica da população.
d) A não participação ativa na esfera política é a principal característica do analfabetismo político. e) A atuação política é a marca distintiva do analfabetismo político.

QUESTÃO 19
Sobre o fenômeno da personificação do poder, assinale V ou F:
( ) A personificação do poder ocorre quando uma pessoa é eleita pela população e sua “pessoa” respeita a constituição.
( ) Somente ocorre nos regimes que primam pelo autoritarismo baseado no acúmulo de poder.
( ) O acúmulo do poder não é uma das condições para que aconteça.
( ) Trata-se da identificação do poder com a pessoa que o exerce.

De cima para baixo, verifique a sequência correta:
a) F, F, V, F
b) F, V, F, V
c) F, F, V, V
e) V, F, V, F

QUESTÃO 20
Leia com atenção o texto abaixo:

O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve não fala e não participa doa acontecimentos políticos. Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas. O analfabeto político é tão burro, que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia política. Não sabe o imbecil que da sua ignorância política nascem a prostituta, o menor abandonado, o assaltante e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais. (Berthold Brecht)

De acordo com o texto podemos afirmar que:
a) Boa parte dos problemas da sociedade poderiam ser evitados se as pessoas buscassem se desvencilhar, de vez, da esfera e das decisões políticas.
b) Problemas sociais como a prostituição, a violência, o tráfico de drogas e a questão dos menores abandonados sempre existiram e sempre existirão na sociedade, pois nem todos sabem aproveitar as oportunidades.
c) Somente as pessoas ilustres são analfabetos políticos.
d) A participação política das pessoas é de suma importância para a resolução dos problemas sociais.
e) analfabeto político, apesar de sua indiferença é uma pessoa que se importa com os rumos de sua sociedade.

QUESTÃO 21
“... os traços pelos quais a democracia é considerada forma boa de governo são essencialmente os seguintes: é um governo não a favor dos poucos mas dos muitos; a lei é igual para todos, tanto para os ricos quanto para os pobres e portanto é um governo de leis, escritas ou não escritas, e não de homens; a liberdade é respeitada seja na vida privada seja na vida pública, onde vale não o fato de se pertencer a este ou àquele partido mas o mérito.”
(BOBBIO, Norberto. Estado, governo, sociedade: para uma teoria geral da política. Trad. de Marco Aurélio Nogueira. 4. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987. p. 141.)

Com base no texto, considere as seguintes afirmativas sobre os direitos fundamentais da democracia grega.
I. Todos os cidadãos submetem-se a uma elite, formada pelos ricos, que governa privilegiando seus interesses particulares.
II. Todos os cidadãos possuem os mesmos direitos e devem ser tratados da mesma maneira, perante as leis e os costumes da pólis.
III. O cidadão não tem a liberdade de expor, na assembléia, seus interesses e suas opiniões, discutindo-os com os outros.
IV. Todo cidadão deve ter suas opiniões respeitadas, a partir de uma amplo e, às vezes conflituoso, debate de idéias.

Assinale a alternativa correta.
a) Apenas as afirmativas I e II são corretas.
b) Apenas as afirmativas I e IV são corretas.
c) Apenas as afirmativas II e III são corretas.
d) Apenas as afirmativas II e IV são corretas.
e) Apenas as afirmativas III e IV são corretas.



QUESTÃO 22
Sobre o “conceito de justiça” no Estado democrático, é correto afirmar:
a) Os critérios de justiça devem ser estabelecidos pelos mais ricos a partir de sua própria concepção do que é justo ou injusto.
b) Os critérios de justiça devem ser estabelecidos pelos mais pobres, que determinam aquilo que é justo ou injusto para o restante da sociedade.
c) Na sociedade democrática inexistem critérios de justiça estabelecidos; logo, cada pessoa pode agir do modo que acredita ser justo.
d) Os critérios de justiça devem ser estabelecidos e sempre revistos por meio de uma discussão ampla, que envolva todos as agremiações religiosas.
e) Os critérios de justiça em uma democracia devem respeitar a vontade popular e podem ser revistos sempre que for necessário.

QUESTÃO 23
- “Foi na Grécia de Homero que surgiu uma maneira até então desconhecida de fazer política: o rei deixou de ser onipotente e seu poder foi paulatinamente partilhado e disputado entre os cidadãos. Era o início de um fenômeno que se consolidaria a partir do século 6º a.C., na Atenas de Sólon e Clístenes, e que se tornaria um dos fundamentos da civilização ocidental: a democracia.”
(Entrevista com Jean Pierre Vernant. Folha de S. Paulo, 31 out. 1999. Caderno Mais!, p. 4.)

Com base no trecho da entrevista e nos conhecimentos sobre o tema, assinale a alternativa correta.
a) A afirmação de que o “poder foi paulatinamente partilhado e disputado entre os cidadãos” considera que na democracia grega todos os habitantes podiam eleger e ser eleitos para cargos políticos.
b) A democracia grega foi um fenômeno isolado e, por isso, não teve influência significativa nos rumos da política na civilização ocidental.
c) Os gregos desconheciam, até o governo de Sólon e Clístenes, no século 6º a.C., qualquer forma de fazer política.
d) A “maneira até então desconhecida de fazer política”, a que o texto se refere, é a democracia grega, que permitiu aos cidadãos participarem das questões relativas à coletividade.
e) Na democracia grega, que se consolidou a partir do século 6º a.C., o rei detinha o poder absoluto, decidindo sobre todas as questões públicas.


QUESTÃO 24
Considere o texto abaixo:

Os sofistas foram mestres da oratória, que vendiam para os cidadão suas habilidades com o discurso, fundamental para a política. Assim, defendiam a opinião de quem lhes pagasse bem. Acreditavam que a verdade não era absoluta, mas é fruto das construções humanas. Os principais foram Górgias, Protágoras e Hipías. Para eles, como afirma a frase de Protágoras, ‘o homem é a medida de todas as coisas’. Por isso não existiriam coisas como o frio real. O frio é frio apenas para quem o sente, também não existiriam um sentimento natural de pudor, ou a verdade que Sócrates tanto procurava.

A partir do texto e do que vimos em sala de aula escolha a alternativa correta.
a) Os sofistas buscavam a construção de uma política de ordem retórica, baseando-se normalmente nos interesses de que defendia os vários, pontos de vista possíveis.
b) De acordo com os sofistas, todos nós poderíamos chegar a uma ética universal de caráter político.
c) O que importava na realidade para os sofistas políticos era a construção de uma sociedade mais opulenta, mais rica..
d) Para os sofistas a política nada mais é do que uma espécie de arte da legislação.
e) Os sofistas eram amigos de Sócrates e, por isso, buscavam a verdade universal dentro de cada homem.

QUESTÃO 25
A Alegoria da Caverna de Platão, além de ser um texto de teoria do conhecimento, é também um texto político. No sentido político, é correto afirmar que Platão sustentava um modelo
A) tirânico, cujo governo deveria ser exercido por um filósofo e cujo poder deveria ser absoluto, centralizador e hereditário.
B) democrático, baseado na riqueza e que representava os interesses dos comerciantes e nobres atenienses, por serem eles os mecenas das artes, das letras e da filosofia.
C) aristocrático, cujo governo deveria ser confiado aos filósofos.
D) parlamentar, baseado, principalmente, na experiência política de governo da época de Péricles.


QUESTÃO 26
Com relação à teoria política platônica é correto afirmar que:

a) Trata-se de uma teoria política conciliadora, que busca a harmonia amalgamar os ignorantes e os sábios.
b) Busca minimizar o conceito de justiça para que somente sirva aos interesses da aristocracia ateniense.
c) É uma teoria democrática, que busca confirmar os ideais da democracia direta de Atenas.
d) Platão elaborou uma teoria política que defendia o exercício do poder pelos sábios..
e) Busca impedir o ideal do Rei Filósofo.

QUESTÃO 27
De acordo com as características da política platônica, assinale V ou F:
( ) A principal obra política de Platão é “O Leviatã”.
( ).Na tentativa de formar sua aristocracia, Platão admite a prática da eugenia.
( ) A violência seria o principal meio para forjar os futuros governantes da Polis.
( ) Cada pessoa ocuparia um lugar na sociedade, de acordo com suas capacidades e aptidões físicas e intelectuais.

De cima para baixo, verifique a sequência correta:
a) F, F, V, F
b) F, V, V, V
c) F, V, F, V
d) V, F, V, F

QUESTÃO 28
De acordo com as funções da “cidade perfeita” de Platão, assinale V ou F:
( ) Os mais pobres é que desempenhariam funções governo, pois merecem fazê-lo.
( ) Os escravos é que elegeriam os ocupantes das mais diversas funções.
( ) As pessoas com “alma de bronze” desempenhariam as funções que exigem trabalho meramente braçal.
( ) As pessoas com “alma de ouro” seriam os administradores da cidade.

De cima para baixo, verifique a seqüência correta:
a) F, F, F, V
b) F, V, V, F
c) V, F, F, V
d) F, F, V, V

QUESTÃO 29
Leia o texto, que se refere à idéia de cidade justa de Platão.
“Como a temperança, também a justiça é uma virtude comum a toda a cidade. Quando cada uma das classes exerce a sua função própria, ‘aquela para a qual a sua natureza é a mais adequada’, a cidade é justa. Esta distribuição de tarefas e competências resulta do fato de que cada um de nós não nasceu igual ao outro e, assim, cada um contribui com a sua parte para a satisfação das necessidades da vida individual e coletiva. (...) Justiça é, portanto, no indivíduo, a harmonia das partes da alma sob o domínio superior da razão; no estado, é a harmonia e a concórdia das classes da cidade.”
(PIRES, Celestino. Convivência política e noção tradicional de justiça. In: BRITO, Adriano N. de; HECK, José N. (Orgs.). Ética e política. Goiânia: Editora da UFG, 1997. p. 23.)

Sobre a cidade justa na concepção de Platão, é correto afirmar:
a) Nela todos satisfazem suas necessidades mínimas e não existe a propriedade privada, por isso uma cidade comunista.
b) É governada pelos guerreiros, protegida pelos filósofos e mantida pelos deuses.
c) Seus habitantes desejam a posse ilimitada de poder e riquezas.
d) Ela tem como principal objetivo o imperialismo belicoso.
e) Ela ambiciona a harmonia somente conseguida quando os habitantes da cidade desempenham funções de acordo com suas capacidades.

QUESTÃO 30
Considere o texto abaixo:

A efetivação desta utopia social dependeria fundamentalmente, por outro lado, de um cuidadoso sistema educativo, que permitisse a cada classe desenvolver as virtudes necessárias para o exercício de suas atribuições. Mas a cidade ideal só poderia surgir se o governo supremo fosse entregue aos reis-filósofos.

O texto acima refere à teoria política:
a) Helenista.
b) Socrática.
c) Platônica.
d) Sofista.
e) Hobbesiana.

QUESTÃO 31
Baseando-se no que vimos sobre a política em Aristóteles, escolha alternativa que melhor explica a frase abaixo:

O homem é um animal político.
Aristóteles
a) O homem é um animal político,pois em sua natureza está o estabelecimento de relações sociais e de poder que supõem a política.
b) O ser humano só é capaz de usar a malícia, por isso ele é um animal político.
c) Na sociedade o homem encontra-se imerso em relações de poder que o sufocam e oprimem por isso é um animal na política.
d) A política, devido às suas estratégias, por vezes não muito éticas, faz com aqueles que a praticam sejam comparados a animais.
e) A política é uma peculiaridade de todo o reino animal e Aristóteles como biólogo sabia disso, por isso resolve classificar o homem como animal político.

QUESTÃO 32
Toda cidade [pólis], portanto, existe naturalmente, da mesma forma que as primeiras comunidades; aquela é o estágio final destas, pois a natureza de uma coisa é seu estágio final. (...) Estas considerações deixam claro que a cidade é uma criação natural, e que o homem é por natureza um animal social, e um homem que por natureza, e não por mero acidente, não fizesse parte de cidade alguma, seria desprezível ou estaria acima da humanidade.”
(ARISTÓTELES. Política. 3. ed. Trad. de Mário da Gama Kuri. Brasília: Ed. Universidade de Brasília, 1997. p. 15.)

De acordo com o texto de Aristóteles, é correto afirmar que a pólis:
a) É instituída por contrato social.
b) Existe de maneira artificial, pois não passa de uma artifício de organização.
c) Passa a existir por um ato de vontade dos reis, alheios à vontade do povo.
d) É estabelecida por uma tendência natural à política própria da essência humana.
e) É fundada na razão, que estabelece as leis que a ordenam, por isso baseia-se na pura lógica construtiva.

QUESTÃO 33
“Uma vez que constituição significa o mesmo que governo, e o governo é o poder supremo em uma cidade, e o mando pode estar nas mãos de uma única pessoa, ou de poucas pessoas, ou da maioria, nos casos em que esta única pessoa, ou as poucas pessoas, ou a maioria, governam tendo em vista o bem comum, estas constituições devem ser forçosamente as corretas; ao contrário, constituem desvios os casos em que o governo é exercido com vistas ao próprio interesse da única pessoa, ou das poucas pessoas, ou da maioria, pois ou se deve dizer que os cidadãos não participam do governo da cidade, ou é necessário que eles realmente participem.”
(ARISTÓTELES. Política. Trad. de Mário da Gama Kury. 3.ed. Brasília: Editora UNB, 1997. p. 91.)

Com base no texto e nos conhecimentos sobre as for-mas de governo em Aristóteles, analise as afirmativas a seguir.
I. A democracia é uma forma de governo reta, ou seja, um governo que prioriza o exercício do poder em benefício do interesse comum.
II. A democracia faz parte das formas degeneradas de governo, entre as quais destacam-se a tirania e a oligarquia.
III. A democracia é uma forma de governo que desconsidera o bem de todos; antes, porém, visa a favorecer indevidamente os interesses dos mais pobres, reduzindo-se, desse modo, a uma acepção demagógica.
IV. A democracia é a forma de governo menos conveniente para as cidades gregas.

Estão corretas apenas as afirmativas:
a) I e III.
b) I e IV.
c) II e III.
d) I, II e III.
e) II, III e IV.

QUESTÃO 34
De acordo com a concepção de política que encontramos em Aristóteles é correto afirmar que:

a) Para ser um bom político o homem precisa ser necessariamente um bom cidadão, pois política e ética são indissociáveis.
b) A política não tem implicações na vida dos homens..
c) A política é uma estrutura burocrático-administrativa na vida social.
d) A política não encontra-se ligada à ética, de maneira indissolúvel, daí a possibilidade de oferecer uma amplo mosaico de explicações acerca da política.

QUESTÃO 35
De acordo com as características da política medieval, assinale V ou F:
( ) Foi uma época em que a política era totalmente dependente da esfera eclesiástica
( ) A liberdade política inexistia durante a Idade Média.
( ) A política medieval era totalmente independente da Igreja Católica.
( ) Durante a Idade Média a política jamais conseguiu libertar-se do poder absoluto dos reis e caminhar com as próprias pernas.

De cima para baixo, verifique a seqüência correta:
a) F, F, V, F
b) V, V, F, F
c) V, V, F, V
d) F, F, V, V

QUESTÃO 36

Principalmente a partir do século XVI vários autores passam a desenvolver teorias, justificando o poder real. São os legistas que, através de doutrinas leigas ou religiosas, tentam legalizar o Absolutismo. Um deles é Maquiavel: afirma que a obrigação suprema do governante é manter o poder e a segurança do país que governa. Para isso deve usar de todos os meios disponíveis pois que "os fins justificam os meios."
Quando falamos em “fins” estamos falando

a) Do poder entendido dentro da esfera eclesiástica e sagrada
b) Da utilização ética e comedida do poder na política.
c) Das estratégias necessárias para a conquista do poder.
d) Da conquista e da manutenção do poder conquistado
e) Da política segundo as Sagradas Escrituras.

QUESTÃO 37
Leia com atenção o texto de Maquiavel e escolha alternativa correta.

Como é meu intento escrever coisa útil para os que se interessarem, pareceu-me mais conveniente procurar a verdade pelo efeito das coisas, do que pelo que dela se possa imaginar e muita gente imaginou repúblicas e principados que nunca se viram nem jamais forma reconhecidos como verdadeiros. Vai tanta diferença entre o como se vive e o modo que se deveria viver, que quem se preocupar com o que se deveria fazer em vez do que se faz aprende antes a ruína própria, do que o modo de se preservar; em um homem que quiser fazer profissão de bondade é natural que se arruine entre tantos que são maus.
Assim é necessário a um príncipe, para se manter, que aprenda a poder ser mau e que se valha ou deixe de valer-se disso conforme a necessidade.
(MAQUIAVEL, O Príncipe)

a) Maquiavel tenta preservar a ética cristã.
b) Maquiavel é um pensador socialista, pois vemos traços de totalitarismo em suas palavras..
c) O governante deve estar disposto ser uma pessoa boa ou má conforme a necessidade.
d) A política de Maquiavel é utópica e pauta-se por aquilo que é eticamente correto para o exercício do poder.
e) Indo contra o modelo político da Idade Média, Maquiavel busca legitimar sua política através da prática da tirania.


QUESTÃO 38
As obras do florentino Nicolau Maquiavel, apesar da interdição, tiveram ampla repercussão no decurso da Idade Moderna. No pensamento de Maquiavel:

I - o processo político situava-se abaixo da moral.
II - o Príncipe, para manter-se no poder, devia aprender a ser bom ou mau, sua simpatia pelas pessoas.
III - o Chefe político podia dominar a VIRTU (conjuntura social e política) através da FORTUNA (energia, resolução, talento).
IV - o Monarca não deveria limitar-se aos rígidos limites religiosos impostos ao pensamento da época.
V - o ideal republicano de governo está expresso em O PRÍNCIPE.

Consideradas as proposições acima, assinale:
a) se apenas a terceira e a quarta estiverem corretas.
b) se todas estiverem corretas.
c) se todas estiverem incorretas.
d) se apenas a primeira, a segunda, a terceira e a quinta estiverem corretas.
e) se apenas a quarta estiver correta.

QUESTÃO 39
“O maquiavelismo é uma interpretação de O Príncipe de Maquiavel, em particular a interpretação segundo a qual a ação política, ou seja, a ação voltada para a conquista e conservação do Estado, é uma ação que não possui um fim próprio de utilidade e não deve ser julgada por meio de critérios diferentes dos de conveniência e oportunidade.” (BOBBIO, Norberto. Direito e Estado no pensa-mento de Emanuel Kant. Trad. de Alfredo Fait. 3.ed. Brasília: Editora da UNB, 1984. p. 14.)

Com base no texto e nos conhecimentos sobre o tema, para Maquiavel o poder político é:
a) Dependente da moral e da religião, devendo ser conduzido por critérios restritos a este âmbito.
b) Independente da conveniência e oportunidade, pois estas dizem respeito à esfera privada da vida em sociedade.
c) Independente da religião, devendo ser conduzido por parâmetros ditados pelos reformistas.
d) Dependente da oportunidade, devendo ser orientado por princípios utilitários.
e) Independente das pretensões dos governantes de realizar os interesses do Estado.

QUESTÃO 40
Leia o texto abaixo
Sabemos que Hobbes é um contratualista, quer dizer, um daqueles filósofos que, entre os séculos XVI e XVIII (basicamente) afirmaram que a origem do Estado e/ou da sociedade está num contrato: os homens viveriam, naturalmente, sem poder e sem organização, que somente surgiriam depois do pacto firmado por eles, estabelecendo as regras de comércio social e de subordinação política. (RIBEIRO. Renato J.. Hobbes: o medo e a esperança. In WOFFORT, F. Os clássicos da política. S. Paulo. Ed. Ática . p. 53.)

Com base no texto, que se refere ao contratualismo de Hobbes, considere as seguintes afirmativas:
I. A soberania decorrente do contrato é absoluta e se aplica a todos os membros da sociedade..
II. A noção de estado de natureza é imprescindível para essa teoria.
III. O contrato ocorre por meio da passagem do estado social para o estado de natureza.
IV. O cumprimento do contrato depende da insubordinação política dos indivíduos.

Quais as afirmativas que representam o pensamento de Hobbes?

a) Apenas as afirmativas I e III.
b) Apenas as afirmativas II e III.
c) Apenas as afirmativas I e II.
d) Apenas as afirmativas II e IV.
e) Apenas as afirmativas I e IV.


QUESTÃO 41
O fim último, causa final e desígnio dos homens (que amam naturalmente a liberdade e o domínio sobre os outros), ao introduzir aquela restrição sobre si mesmos sob a qual os vemos viver nos Estados, é o cuidado com sua própria conservação e com uma vida mais satisfeita. Quer dizer, o desejo de sair daquela miséria condição de guerra que é a conseqüência necessária (conforme se mostrou) das paixões naturais dos homens, quando não há um poder visível capaz de os manter em respeito, forçando-os por medo do castigo, ao cumprimento de seus pactos e ao respeito àquelas leis de natureza (...)
(Hobbes, Leviatã. São Paulo: Abril Cultural, 2ª. ed.,1979, p. 103.)

Considerando o fragmento anterior, podemos dizer que Thomas Hobbes, pensador inglês do séc.XVII, defende a noção de que:
a) apenas um Estado democrático, surgido de um ato de liberdade dos cidadãos, teria legitimidade para criar leis e zelar pela segurança e demais necessidades sociais.
b) certos indivíduos, extraordinariamente, quando apaixonados, amam dominar os outros e é preciso forçá-los, através do castigo, a manter o respeito; essa seria a função do Estado.
c) o Estado resulta do desejo dos indivíduos de garantir a propriedade privada, para deixar de ter uma condição mísera e participar ativamente do pacto social.
d) o homem é naturalmente bom, mas a vida social o corrompe, fazendo com que passe a querer dominar a liberdade dos outros; o nascimento do Estado é diretamente responsável por essa corrupção.
e) os homens são naturalmente inaptos para a vida social, a menos que constituam uma autoridade à qual entreguem sua liberdade em troca de segurança.

QUESTÃO 42
A filosofia política de Thomas Hobbes combatia as tendências liberais de sua época. Hobbes sustentava que o poder resultante do pacto político deveria ser:
I- limitado, não deliberando sobre o justo e o injusto, sobre o bem e o mal e em que a alienação do súdito ao soberano deveria ser apenas parcial.
II- dividido entre o rei e o parlamento, superando as discórdias e disputas em favor do bem-comum da coletividade.
III- absoluto, podendo utilizar a força necessária para manter a soberania do contrato e a sumissão dos súditos.
Assinale a alternativa correta.
A) I e III
B) II e III
C) II
D) III


QUESTÃO 43
Para Hobbes (1588-1679), o homem reconhece a necessidade de renunciar ao seu direito sobre todas as coisas em favor de um "contrato". Isso implica também na abdicação de sua vontade em favor de "um homem ou assembléia de homens, como representantes" da sua pessoa. Assim para Hobbes o contrato social se justifica porque

A) a situação dos homens, entregues a si próprios, é de segurança, de estabilidade e de felicidade, graças a esta organização primitiva, os homens vivem sempre em paz e harmonia.
B) as disputas são importantes para o desenvolvimento da indústria, da agricultura, da ciência, da navegação, enfim, é ela a responsável pelas comodidades e por todo o bem-estar dos homens.
C) os interesses egoístas predominam entre os homens, a ponto de cada indivíduo representar um perigo eminente aos outros indivíduos, de modo que o homem se torna o lobo do próprio homem.
D) o homem é sociável por natureza e, por meio dela, é levado a fundar um estado social pautado pela autoridade política, abdicando de todos os seus direitos em favor de um corpo político.


(ENEM 2000)
Se o homem no estado de natureza é tão livre, conforme dissemos, se é senhor absoluto da sua própria pessoa e posses, igual ao maior e a ninguém sujeito, por que abrirá ele mão dessa liberdade, por que abandonará o seu império e sujeitar-se-á ao domínio e controle de qualquer outro poder?
Ao que é óbvio responder que, embora no estado de natureza tenha tal direito, a utilização do mesmo é muito incerta e está constantemente exposto à invasão de terceiros porque, sendo todos senhores tanto quanto ele, todo homem igual a ele e, na maior parte, pouco observadores da eqüidade e da justiça, o proveito da propriedade que possui nesse estado é muito inseguro e muito arriscado. Estas circunstâncias obrigam-no a abandonar uma condição que, embora livre, está cheia de temores e perigos constantes; e não é sem razão que procura de boa vontade juntar-se em sociedade com outros que estão já unidos, ou pretendem unir-se, para a mútua conservação da vida, da liberdade e dos bens a que chamo de propriedade.”

(JOHN LOCKE, Os Pensadores. São Paulo: Nova Cultural, 1991)
QUESTÃO 44

Do ponto de vista político, podemos considerar o texto como uma tentativa de justificar:

(A) a existência do governo como um poder oriundo da natureza.
(B) a origem do governo como uma propriedade do rei.
(C) o absolutismo monárquico como uma imposição da natureza humana.
(D) a origem do governo como uma proteção à vida, aos bens e aos direitos.
(E) o poder dos governantes, colocando a liberdade individual acima da propriedade.
QUESTÃO 45
Analisando o texto, podemos concluir que se trata de um pensamento:

(A) do liberalismo.
(B) do socialismo utópico.
(C) do absolutismo monárquico.
(D) do socialismo científico.
(E) do anarquismo.


QUESTÃO 46
Assinale a alternativa INCORRETA.
Segundo John Locke (1632-1704), são proprietários
A) todos que são proprietários de suas vidas, de seus corpos, de seus trabalhos, isto é, todos são proprietários.
B) todos os operários, pois fazem parte da sociedade civil, portanto, podem governar como qualquer cidadão, pois é sua prerrogativa.
C) todos os homens, já que a primeira coisa que o homem possui é o seu próprio corpo; assim, todo homem é proprietário de si mesmo e de suas capacidades.
D) somente aqueles que podem governar, isto é, os homens de fortuna, pois somente esses podem ter plena cidadania.

QUESTÃO 47
A liberdade natural do homem deve estar livre de qualquer poder superior na terra e não depender da vontade ou da autoridade legislativa do homem, desconhecendo outra regra além da lei da natureza. A liberdade do homem na sociedade não deve estar edificada sobre qualquer poder legislativo exceto aquele estabelecido por consentimento na sociedade civil (LOCKE. John.. Segundo Tratado sobre o governo civil. Petrópolis. Ed. Vozes . p. 95.)

Com base no texto, que se refere ao contratualismo de Locke, considere as seguintes afirmativas:
I. No estado civil as pessoas são livres quando sua liberdade é edificado sobre um corpo legal legitimado pelo legislativo.
II. No estado pré-civil a liberdade das pessoas limitada pela lei do poder legislativo.
III. No estado pré-civil a liberdade das pessoas edifica-se nas leis estabelecidas pelo conjunto dos membros dessa sociedade.
IV. No estado pré-civil a liberdade das pessoas submete-se às leis estabelecidas pela natureza.

Quais as afirmativas que representam o pensamento de Locke sobre a liberdade?

a) Apenas as afirmativas I e II.
b) Apenas as afirmativas I e IV.
c) Apenas as afirmativas I e III.
d) Apenas as afirmativas II e IV.
e) Apenas as afirmativas III e IV.

QUESTÃO 48

O objetivo grande e principal, portanto, da união dos homens em comunidades, colocando-se eles sob um governo, é a preservação da propriedade. LOCKE, John. SEGUNDO TRATADO SOBRE O GOVERNO, 1690.

Assinale a alternativa que apresenta uma condição para a cidadania coerente com o objetivo dos governos defendido pelo pensador.
a) "Não pode ser cidadão senão aquele que faz parte do povo. Não pode fazer parte do povo senão aquele que tem sangue alemão..." (PROGRAMA NAZISTA, 1920)
b) "São eleitores os brasileiros, de um e de outro sexo, maiores de 18 anos que se alistarem na forma da lei. Não podem alistar-se como eleitores: os analfabetos; os militares em serviço ativo; os mendigos..." (CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA, 1937, Art. 117)
c) "São eleitores, sem condição de censo, todos os franceses de 21 anos de idade e gozando de seus direitos civis e políticos." (CONSTITUIÇÃO FRANCESA, 1848, Art. 25)
d) "São excluídos de votar nas Assembléias Paroquiais [...] os que não tiverem de renda líquida anual cem mil réis, por bens de raiz, indústria, comércio ou empregos." (CONSTITUIÇÃO PORTUGUESA, 1826, Art. 64 parágrafo 5º)


QUESTÃO 49
John Locke justificou a existência do Estado com estas palavras:
O motivo que leva os homens a entrarem em sociedade È a preservação da propriedade; é o objetivo para o qual escolhem e autorizam um poder legislativo È tornar possível a existência de leis e regras estabelecidas como guarda e proteção das propriedades de todos os membros da sociedade, a fim de limitar o poder e moderar o domínio de cada parte e de cada membro da comunidade; pois n„o se poder· nunca supor seja vontade da sociedade que o legislativo possua o poder de destruir o que todos intentam assegurar-se, entrando em sociedade e para o que o povo se submeteu a legisladores por ele mesmo criado.î
LOCKE, J. Segundo tratado sobre o governo. Trad. de E. Jacy Monteiro.3 ed. S„o Paulo: Abril Cultural, 1983, p. 121. Coleção Os Pensadores.

Analise as assertivas em conformidade com a citação acima.
I - A propriedade privada È contratual, isto é, ela é subseqüente ao nascimento do Estado, que institui o direito à propriedade, distribuindo a cada um aquilo que era propriedade comunal no estado de natureza.
II - A propriedade privada surge com o aparecimento da sociedade civil, a geradora do Estado, que È a instituição suprema que tem, inclusive, a prerrogativa de suprimir a propriedade em benefício da segurança do Estado.
III - A propriedade privada é parte do estado de natureza, pois o homem possui a propriedade de si mesmo e, com isso, tem o direito de tornar como sua propriedade aquilo que está vinculado com seu trabalho.
IV - A propriedade privada é anterior à sociedade civil, portanto, a propriedade antecedeu ao Estado, cuja existência resultou do contrato social e teve a finalidade de preservar e proteger a propriedade privada de cada um.

Assinale a alternativa que tem as assertivas corretas.
A) II e IV
B) I e II
C) II e III
D) III e IV

QUESTÃO 50
John Locke (1632-1704), vigoroso adversário do absolutismo, nos seus escritos políticos partiu da situação de que os homens isolados no estado de natureza buscaram se reunir por intermédio de um contrato social, tendo em vista a edificação da sociedade civil. Esta ação política associativa, quando concretizada, confere soberania ao:
A) Poder Legislativo.
B) Poder Executivo.
C) Poder Federativo.
d) Poder Judiciário.
D) Povo.


QUESTÃO 51
Leia com atenção o fragmento que se segue, extraído de um dos maiores clássicos do pensamento político moderno:
A diminuição do amor à pátria, a ação do interesse particular, a imensidão dos Estados, as conquistas, os abusos do Governo fizeram com que se imaginasse o recurso dos deputados ou representantes do povo nas assembléias da nação. É o que em certos países ousam chamar de Terceiro Estado. Desse modo, o interesse particular das duas ordens é colocado em primeiro e segundo lugares, ficando o interesse público em terceiro.

O autor dessas palavras foi
A) Jean Bodin.
B) Jean-Jacques Rousseau.
C) Francis Bacon.
D) John Locke.

QUESTÃO 52
Um dos filósofos iluministas que exerceram uma enorme influência entre as camadas populares na França, como também nos movimentos mais radicais durante a Revolução Francesa, foi:

a) Voltaire, que escreveu o livro clássico O Discurso do Método, em que apontava a forma como o povo deveria se comportar face às elites dirigentes num momento revolucionário.
b) John Locke, por ter sido um dos inspiradores do empirismo, e defensor que todos quando nascemos somos como uma tábula rasa e as influências da sociedade é que nos molda.
c) Montesquieu, que escreveu uma obra clássica denominada "O Elogio da Loucura", na qual satiriza os costumes da época, o que veio a influenciar enormemente as revoluções burguesas do século XIX.
d) Jean-Jacques Rousseau, que de certa forma tornou-se uma exceção entre os iluministas, pela crítica à burguesia e à propriedade privada, escrevendo livros clássicos como "Contrato Social" e "Discurso sobre a origem da Desigualdade".

QUESTÃO 53
Jean-Jacques Rousseau ( 1712-1778) faz parte dos contratualistas, porém tem uma posição inovadora em relação a Hobbes e a Locke, quanto ao conceito de soberania. Para ele,
A) a democracia direta impede que os cidadãos vivam em paz, pois libera as paixões que impedem essa paz.
B) soberano é o poder executivo, que tem o poder absoluto para garantir paz ao povo.
C) é necessário distinguir os conceitos de soberano e de governo, atribuindo ao povo a soberania inalienável e indivisível.
D) a vontade geral institui o governo, que submete o povo, para garantir a paz, não podendo, portanto, ser destituído.

QUESTÃO 54
As assertivas abaixo referem-se ao pensamento político de Jean-Jacques Rousseau (1712-1778).
I- No estado de natureza os indivíduos vivem isolados e vagueando pela imensa selva, sobrevivem com aquilo que a natureza lhes oferece, por isso são maus por excelência, lobos de si mesmos.
II- O que originou o estado de sociedade foi o aparecimento da propriedade privada, isto é, a divisão arbitrária que define o que é meu e o que é teu; tal situação, acarretou o rompimento do estado de felicidade original.
III- O governante é o indivíduo que está investido de poder, ele deve representar a vontade geral; única e legítima soberana.

Assinale a única alternativa que contém as afirmativas corretas.
A) Apenas I e II.
B) Apenas I e III.
C) Apenas II e III.
D) I, II e III.


QUESTÃO 55
Para Jean-Jacques Rousseau (1712-1778), o contrato social que seja verdadeiro e legítimo é aquele que:
A) os indivíduos pelo pacto, reconhecem, como seus, os atos e decisões de alguém, não podendo, legitimamente, celebrar entre si um novo pacto no sentido de obedecer a outrem, seja no que for, sem sua licença.
B) o indivíduo pelo pacto, abdica de sua liberdade, mas sendo ele próprio parte integrante e ativa do todo social, ao obedecer à lei, obedece a si mesmo sendo, portanto, livre.
C) pelo pacto, todos os homens associados se alienam totalmente, abdicam, sem reserva, de todos os seus direitos em favor da comunidade, mas somente os proprietários nada perdem, porque, somente eles, participam plenamente da sociedade civil.
D) pelo pacto, os homens deixam de ser livres, pois o poder soberano deve ser absoluto, ilimitado, sendo que o pouco que seja conservado da liberdade natural do homem, instaura de novo o estado de guerra.

QUESTÃO 56
Antes de escrever Discursos sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens e o Do contrato social, Rousseau já havia manifestado seu pessimismo em relação ao progresso social. Na dissertação escrita em 1750, para o concurso literário promovido pela Academia de Dijon, este· escrito: Antes que a arte polisse nossas maneiras e ensinasse nossas paixões a falarem a linguagem apurada, nossos costumes eram rústicos, mas naturais e a diferença dos procedimentos denunciava, à primeira vista, a dos caracteres. No fundo, a natureza humana não era melhor, mas os homens encontravam sua segurança na facilidade para se penetrarem reciprocamente, e essa vantagem, de cujo valor não temos mais a noção, poupava-lhes muitos vícios.
ROUSSEAU, J.J. Discurso sobre as ciências e as artes. Trad. de Lourdes Santos Machado. 3 ed. S„o Paulo: Abril Cultural, 1983, p. 336. Coleção Os Pensadores.

Analise as assertivas abaixo
I - A palavra natural significa sabedoria, portanto, o primitivo era dotado de um saber comparável ao estágio do conhecimento do século das luzes.
II - As ciências e as artes serviram só para o progresso material e não levaram os homens a criarem vícios, antes inexistentes.
III - O homem em estado de natureza era ignorante, porém, a ignorância preservava a pureza de coração e fazia, do primitivo, um ser livre.
IV - A ignorância é um vício adquirido da natureza, portanto, as ciências e artes são necessárias para promover a liberdade humana.

Assinale as alternativas incorreta.
A) I, II e III
B) I, III e IV
C) I e IV
D) I, II e IV

QUESTÃO 57
O que há de comum entre as teorias dos filósofos contratualistas é que
A) eles partem da análise do homem em estado de natureza, isto é, antes de qualquer sociabilidade, tendo direito a tudo.
B) no estado de natureza, o homem possui segurança e paz, pois é dono de um poder ilimitado.
C) os interesses egoístas não existem no estado de natureza, pois os homens realizam todos os seus
desejos.
D) as disputas evitam a guerra de todos contra todos, pois os homens desfrutam de todas as coisas.

QUESTÃO 58
Identifique, nas sentenças a seguir citadas, aquela em que Montesquieu fundamenta a institucionalização do poder :
a) "É uma verdade eterna: qualquer pessoa que tenha o poder, tende a abusar dele. Para que não haja abuso, é preciso organizar as coisas de maneira que o poder seja contido pelo poder".
b) "(...) é preciso (...) encontrar uma forma de associação que defenda e proteja a pessoa e os bens de cada associação, de qualquer força comum, e pela qual, cada um, não obedeça senão a si mesmo, ficando assim tão livre quanto antes."
c) "O Estado está obrigado a proporcionar trabalho ao cidadão capaz, e ajuda e proteção aos incapacitados. Não se pode obter tais resultados a não ser por um Poder Democrático."
d) "A única maneira de erigir-se um poder, capaz de defendê-los contra a invasão e danos infligidos, uns contra os outros (...) consiste em conferir todo o poder e força a um só homem."


EIXO ÉTICO

59) Sobre a ética Socrática, assinale V ou F:
( ) É relativista, pois não supões valores universais.
( ) É eudaimonista, pois apoia-se na busca pela felicidade humana .
( ) Nos diz que o homem pode chegar a conhecer os valores éticos universais que jazem no espírito humano.
( ) É uma ética intelectualista, ou seja, acha que através da reflexão podemos alcançar os valores universais.

De cima para baixo, verifique a sequência correta:
a) F, F, F, V
b) F, F, F, F
c) F, F, V, V
d) F, V, F, F

60) Sobre a ética Sofística, assinale V ou F:
( ) É intelectualista, pois acredita na reflexão para se chegar a valores universais.
( ) É religiosa, pois apoia-se na busca pela graça divina .
( ) É uma ética eudaimonista, ou seja, que busca, em última instância o prazer.
( ) Nos diz que o homem não pode chegar a conhecer os valores éticos universais pois os mesmos são relativos.

De cima para baixo, verifique a sequência correta:
a) V, F, F, V
b) F, F, F, F
c) F, F, F, V
d) V, V, F, F


61) “A virtude é pois uma disposição de caráter relacionada com a escolha e consiste numa mediania...” (ARISTÓTELES. Ética à Nicômaco. Trad. de Leonel Vallandro e Gerd Bornheim. 4 ed. São Paulo: Nova Cultural, 1991. p. 33.)

Com base no texto e nos conhecimentos sobre a virtude em Aristóteles, assinale a alternativa correta.
a) A virtude é o governo das paixões para cumprir uma tarefa ou uma função.
b) A virtude realiza-se no mundo das idéias.
c) A virtude é a obediência aos preceitos divinos.
d) A virtude é a justa medida de equilíbrio entre o excesso e a falta.
e) A virtude tem como fundamento a utilidade da ação.


62) “O imperativo categórico é portanto só um único, que é este: Age apenas segundo uma máxima tal que possas ao mesmo tempo querer que ela se torne lei universal.” (KANT, Immanuel. Fundamentação da metafísica dos costumes. Trad. de Paulo Quintela. Lisboa: Edições 70, 1995. p. 59.)

Segundo essa formulação do imperativo categórico por Kant, uma ação é considerada ética quando:
a) Privilegia os interesses particulares em detrimento de leis que valham universal e necessariamente.
b) Ajusta os interesses egoístas de uns ao egoísmo dos outros, satisfazendo as exigências individuais de prazer e felicidade.
c) É determinada pela lei da natureza, que tem como fundamento o princípio de autoconservação.
d) Está subordinada à vontade de Deus, que preestabelece o caminho seguro para a ação humana.
e) A máxima que rege a ação pode ser universalizada, ou seja, quando a ação pode ser praticada por todos, sem prejuízo da humanidade.

63) “Quando a vontade é autônoma, ela pode ser vista como outorgando a si mesma a lei, pois, querendo o imperativo categórico, ela é puramente racional e não dependente de qualquer desejo ou inclinação exterior à razão. [...] Na medida em que sou autônomo, legislo para mim mesmo exatamente a mesma lei que todo outro ser racional autônomo legisla para si.” (WALKER, Ralph. Kant: Kant e a lei moral. Trad. de Oswaldo Giacóia Júnior. São Paulo: Unesp, 1999. p. 41.)
Com base no texto e nos conhecimentos sobre autonomia em Kant, considere as seguintes afirmativas:
I. A vontade autônoma, ao seguir sua própria lei, não segue a razão pura prática.
II. Segundo o princípio da autonomia, as máximas escolhidas devem ser apenas aquelas que se podem querer como lei universal.
III. Seguir os seus próprios desejos e paixões é agir de acordo com o imperativo hipotético.
IV. A autonomia compreende toda escolha racional, inclusive a escolha dos meios para atingir o objeto do desejo.
Estão corretas apenas as afirmativas:
a) I e II.
b) I e IV.
c) III e IV.
d) II e III.
e) II, III e IV.

64)- “Ser caritativo quando se pode sê-lo é um dever, e há além disso muitas almas de disposição tão compassivas que, mesmo sem nenhum outro motivo de vaidade ou interesse, acham íntimo prazer em espalhar alegria à sua volta, e se podem alegrar com o contentamento dos outros, enquanto este é obra sua. Eu afirmo porém que neste caso uma tal ação, por conforme ao dever, por amável que ela seja, não tem contudo nenhum verdadeiro valor moral, mas vai emparelhar com outras inclinações, por exemplo o amor das honras que, quando por feliz acaso, topa aquilo que efetivamente é de interesse geral e conforme ao dever, é conseqüentemente honroso e merece louvor e estímulo, mas não estima; pois à sua máxima falta o conteúdo moral que manda que tais ações se pratiquem não por inclinação, mas por dever.”
(KANT, Immanuel. Fundamentação da metafísica dos costumes. Trad. de Paulo Quintela. São Paulo: Abril Cultural, 1980. p. 113.)
Com base no texto e nos conhecimentos sobre o dever em Kant, é correto afirmar:
a) Ser compassivo é o que determina que uma ação tenha valor moral.
b) Numa ação por dever, as inclinações não estão subordinadas ao princípio moral.
c) A ação por dever é determinada pela simpatia para com os seres humanos.
d) O valor moral de uma ação é determinado pela promoção do prazer.
e) Não é no propósito visado que uma ação tem o seu valor moral, mas na coincidência com as estruturas da razão pura prática.

65) Na Crítica da razão pura, Kant vincula o sistema da moralidade à felicidade. Assinale a alternativa que explica no que consiste a relação moralidade — subjetividade.
A) A esperança de ser feliz e a aspiração por tornar-se feliz podem ser conhecidas pela razão prática, desde que o fundamento da ação e a norma da conduta sejam a máxima do “não faça aos outros aquilo que não queres que te façam”.
B) A convicção da felicidade humana decorre da certeza de que todos os entes racionais comportam-se com a mais rigorosa conformidade à lei moral, de maneira que cada um age orientado pela sua vontade, ou seja, pela razão prática do arbítrio individual.
C) Quando a liberdade é dirigida e restringida pelas leis morais, é possível pensar na felicidade universal, pois a observância dos princípios morais pode proporcionar não só o bem estar para si, como também ser o responsável pelo bem estar dos outros.
D) A felicidade implica na transcendência do mundo moral, pois somente na esfera sensível é possível o conhecimento pleno das ações humanas, já que somente nesse mundo sensível é possível a conexão entre moralidade e felicidade.

66)
A idéia ilusória da vontade livre deriva de percepções inadequadas e confusas; a liberdade, entendida corretamente, no
entanto, não é o estar livre da necessidade, mas sim a consciência da necessidade.
(SCRUTON, Roger. Espinosa. Trad. de Angélica Elisabeth Könke. São Paulo: Unesp, 2000. p. 41.)
Com base no texto e nos conhecimentos sobre liberdade em Espinosa, considere as afirmativas a seguir.
I. A liberdade identifica-se com escolha voluntária.
II. A liberdade significa a capacidade de agir espontaneamente, segundo a causalidade interna do sujeito.
III. A liberdade e a necessidade são compatíveis.
IV. A liberdade baseia-se na contingência, pois se tudo no universo fosse necessário não haveria espaço para ações livres.

Estão corretas apenas as afirmativas:
a) I e II.
b) I e IV.
c) II e III.
d) I, III e IV.
e) II, III e IV.

67) Sobre a ética platônica, assinale V ou F:
( ) Condiciona a evolução moral ao império dos sentidos.
( ) Estabelece que os valores fundamentais são apreendidos somente pela alma.
( ) É baseada no utilitarismo ético, ou seja, bom é o que útil.
( ) Possui um caráter dualista em que o corpo é considerado um empecilho para a evolução ética.

De cima para baixo, verifique a sequência correta:
a) V, V, F, V
b) V, F, F, F
c) F, V, F, V
d) V, F, F, V

68) Em Espinosa o jogo das paixões, dos comportamentos humano, bem como a questão do Bem e do Mal, se nos aparece sob luz inteiramente diversa do que comumente poderíamos deduzir. (Giovanni Reale)
Quando o autor diz que Espinosa trata o problema do Bem e do Mal de maneira inteiramente diversa, podemos entender que:
a) Adotando o cristianismo afasta-se do judaísmo, seu berço teológico e moral.
b) Ajusta concepções religiosas e laicas de moralidade, criando algo novo e inusitado.
c) Trata-se de uma questão de imoralidade radical.
d) O Bem o e o Mal não existem, o que existe são as inclinações humanas baseadas em suas paixões, que são naturais.
e) O Bem existe e o Mal não passa de um artifício psico-religioso para intimidar o ser humano, fazendo com o mesmo renuncie aos aspectos dionisíacos da existência.

69) Leia atentamente o texto abaixo e escolha a alternativa correta:
Diz-se da conduta ou da ação humana que não se pauta pela regras morais vigentes em um determinado tempo e lugar, seja por ignorância do indivíduo ou do grupo considerado, seja por indiferença expressa ou incapacidade compreender o fundamento dos valores morais.

O texto acima traz a definição de uma conduta ou ação humana:
a) moral.
b) imoral
c) criminosa.
d) amoral

70) Leia atentamente o texto abaixo e escolha a alternativa correta:
Os seres humanas são socialmente constituídos, demonstrando uma necessidade inquestionável de estabelecer regar que delimitem sua vida em sociedade é importante dizer que tais regras não são ahistóricas e, por isso, sempre se encontram contextualizadas em uma determinada época.

A partir do texto acima podemos concluir que:
a) A moralidade humana é imutável e universal para todo o gênero humano.
b) O homem é naturalmente propenso à guerra e, por isso, desconhece a necessidade da moralidade como reguladora social.
c) O homem, por ser um animal social, busca estabelecer regras básicas de conduta que, revelando os valores cultivados pelo grupo, harmonizam as relações com os outros indivíduos.
d) A moralidade nada mais é do que uma maneira muito bem elaborada de encabrestar o ser humano a partir de regras estéreis que, de certa forma, nada têm a ver com a vida concreta do ser humano.
e) Devido ao caráter não social do ser humano, a única lei capaz de ordenar a sua vida, em toda a complexidade, e extensão é a lei da natureza.


GABARITO

01.A 02.A 03.B 04.D 05.A 06.E 07.B 08.B 09.D 10.E
11.E 12.C 13.D 14.A 15.D 16.D 17.C 18.D 19.B 20.D
21.D 22.E 23.D 24.A 25.C 26.D 27.C 28.D 29.E 30.C
31.A 32.D 33.E 34.A 35.B 36.D 37.C 38.E 39.D 40.C
41.E 42.D 43.C 44.D 45.A 46.B 47.B 48.D 49.D 50.A
51.B 52.D 53.C 54.C 55.B 56.D 57.A 58.A 59.C 60.C
61.D 62.E 63.D 64.E 65.B 66.C 67.D 68.D 69.D 70.C